O pedagogo e mestre em educação, Alexandre Lima, foi o entrevistado pelo jornal Diário do Nordeste na edição de domingo, 9 de novembro, falando do tema “Estabilidade familiar não evita violência entre jovens ou na escola”. Pedofilia, Internet, Bullying, família e o ambiente escolar em questão na página de Entrevista.
Para Alexandre “a Pedofilia é considerada uma doença, desvio sexual ou distúrbio. Se for constatada a doença, não tem cura. Mas se for desvio, pode ser trabalhado, mas com cuidados para não retornar”. (Diário do Nordeste, 2008). Alexandre acredita que a sociedade pós- moderna transformou “as crianças em miniaturas de adultos, estimulando o libido, a exposição”.
Possível Justificativa
A Pedofilia pode ser explicada pelo argumento antigo de crianças se casarem mais cedo com adultos, exemplificando como natural o que hoje, é considerado anormal e crime constitucional. Mas já que a Pedofilia é uma forma de violência, como entender que nas escolas e no ambiente familiar,crianças constantemente estão sob risco de violência?
Nossas crianças estão em risco! O Estado as salvará?
A Internet come criancinhas
A Sociedade Digital vive um momento de transição e consolidação de um novo paradigma mundial, em meio à realidade de globalização, deixando um legado de exclusão social vergonhoso como conseqüência quase irreparável. O Orkut e o MSN são portas livres para ação de pedófilos, deixando rastro de violência numerosa na rede. “A identificação de um pedófilo passa pelo fato de ele se identificar como outra criança, mas insistir sem saber a rotina da vítima. Quanto mais misterioso, mais o pedófilo deseja”. (Diário do Nordeste, 2008)
Pais que deixam filhos livres na rede correm um risco eminente. Controlar o conteúdo exige conhecimentos de informática. É por essa questão que vivenciamos um momento de transição quando temos crianças e adolescentes totalmente incluídos na Era Digital, enquanto os pais estão excluídos.
Pais incluídos para proteger filhos incluídos.
“No Natal todo mundo faz a chegada do papai Noel. Porque não fazer a chegada da família de Belém?” disse Alexandre, reafirmando as relações de consumo com a ansiedade do ‘ter’. E para ter vale tudo, vale vender o corpo, vale mentir”.
Alexandre afirmou que a violência vem do meio ou pela convivência. O perigo mora dentro de casa; mora na casa dos vizinhos, dos amigos do pai e da mãe, na escola. Entre o meio e a convivência, é o mesmo ambiente: o planeta Terra, o Brasil sem punidade...
Outro ponto afirmado são as diferentes classes sociais. Alexandre disse que o dinheiro não define comportamento, na pressuposição de que ele pode influenciar muito. Na abordagem, ele focou casos de pessoas dóceis sem dinheiro: pobres, e outro de homens e mulheres ricos, mas rancorosos, egoístas e muito infelizes.
Bullying: violência verbal / uma experiência pessoal
“Todo apelido trás transtorno. Algumas crianças revelam, mas é difícil”.
Linguarela: Entre adolescentes, o Bullying é uma prática comum principalmente nas escolas. Já fui vítima na adolescência quando meus colegas me apelidaram de ‘Bocão da Royal’. Na época todos mundo estava em pleno consumo com o lançamento da ‘diába’ da gelatina (risos). A propaganda era constante na TV Globo, me causando um mal estar. Nunca meus pais questionaram e nem tive coragem de contar e me expressar como poderia.
“O bullying aparece como uma forma mais forte de violentar o outro através de apelidos, socos, pontapés, de exclusão de pessoas em grupo”, disse Alexandre.
Linguarela: Eu sentia que o apelido ‘bocão’era excludente, talvez porque sempre me sobressaia nos jogos, nas brincadeiras e em sala de aula. Hoje levo como uma experiência sem rancores e frustrações.
O pais de hoje acreditam que a escola vai resolver todos os problemas, porque quando eles eram estudantes, a escola resolvia. Colocar limites e dizer ‘não’ são passos substanciais na educação familiar. A escola deixa de cumprir seu papel, na maioria das vezes, porque assumi a responsabilidade do Estado e da família sem estrutura.
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A Entrevista completa aqui ou na edição de hoje do Diário
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